Belo Horizonte tem o segundo maior circuito LGBT do Brasil, à frente do Rio de Janeiro e atrás apenas de São Paulo, segundo dados da Editora Guiya, a primeira rede de comunicação LGBT do país, com abrangência em sete capitais. No ranking atual, a megalópole paulista aparece com 131 points LGBT, enquanto Belo Horizonte surge com mais de 60 e o Rio, 50.
A elaboração do ranking da Editora Guiya tem base em critérios muito rígidos. Profissionais da editora visitam as capitais, fazem entrevistas e, com isso, mapeiam os points LGBT ou gayfriendly (simpatizantes). “Para incluirmos um local em nossos roteiros, temos que ter a certeza de que o público gay é realmente frequentador. Belo Horizonte me surpreendeu quando eu fiz minha primeira visita técnica à cidade. Fiquei completamente encantado”, afirma Welton Trindade, jornalista e editor do Guia Gay BH, que faz parte da Editora Guiya.
Os dados e as informações da Editora Guiya são animadores para o turismo em Belo Horizonte. Afinal, de acordo com a Organização Mundial do Turismo, de cada dez turistas, um é LGBT. Ainda segundo a entidade, 15% de toda a movimentação financeira turística do mundo vêm deste mesmo público.
Não por acaso, a 20ª Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte, realizada no domingo passado (16/7), foi um sucesso, reunindo um público estimado em cerca de 100 mil pessoas. Em 20 anos, foi a primeira vez que um prefeito compareceu. Alexandre Kalil deu apoio, agradeceu pelo convite aos organizadores e ao público presente – e ainda disse, do palco principal, que fará de tudo para que, nos próximos quatro anos, BH tenha a maior Parada Gay do Brasil.
“Belo Horizonte está com a faca e o queijo na mão. Se terá a maior Parada Gay do país, não sabemos, até porque a de São Paulo leva um milhão de pessoas para as ruas. Mas que já é um dos destinos gays mais surpreendentes do país, não tenho dúvidas”, observa Welton.
Porém, mais que dar atenção ao turismo LGBT enquanto um mercado a ser explorado economicamente, a Prefeitura de Belo Horizonte está empenhada na luta contra o preconceito sofrido pelo público em questão. “Por que até hoje ainda temos de vencer esse preconceito todo? Por que temos de ter manifestos para poder ter dignidade nessa vida? A participação da Prefeitura de Belo Horizonte, através da Belotur, das políticas sociais e de todos os nossos quadros, traz essa reflexão e a gente precisa apoiar. Espero que em um espaço curto de tempo, a gente possa avançar muito mais do ponto de vista do preconceito”, enfatiza Aluizer Malab, presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte, a Belotur.
Circuito LGBT: Cidadania
Sobre a segunda colocação de BH no ranking, superando o Rio de Janeiro, Welton comenta que “um fim de semana em Belo Horizonte é muito pouco para aproveitar tudo o que a capital oferece. É uma cidade muito evoluída, que deve ser frequentada e, cada vez mais, descoberta pelo público LGBT. O Rio de Janeiro tem muita fama, mas Belo Horizonte tem mais atrativos, por incrível que pareça.”
Um dos destaques levantados por Welton é que a capital mineira possui duas áreas gays já consolidadas, ou seja, regiões com vários estabelecimentos LGBTs: a Savassi e o Centro. “É muito bom ver casais gays andando de mãos dadas pela cidade. Isso demonstra que além de ter estrutura para o público, Belo Horizonte também merece destaque em cidadania.”
Para conferir o roteiro LGBT da Editora Guiya, basta acessar o site www.guiagaybh.com.br.
Foto: Amira Hissa/PBH
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