Quem nunca sonhou em vivenciar um festival como o Rock In Rio? Ok, muita gente não sonhou, mas eu sim, e como sonhei. Lembro-me criança assistindo pela TV A-Ha e New Kids On The Block em 1991, sem falar nas tantas vezes que fui ao Youtube procurar um pedacinho do show do Barão Vermelho ou Queen na edição de 1985. Então em 2017, com duas das bandas que mais gosto marcando presença, comprei meus ingressos e me mandei para o Rio. Tá todo mundo me perguntando como foi a experiência, então vai aqui a história sobre meu primeiro (e talvez o último) Rock in Rio.
🎸Expectativa X realidade
O formato que o festival tem hoje é muito diferente de um show de rock tradicional. As pessoas não vão ali só por uma banda ou por um show, vão por todo valor agregado ao redor da marca Rock in Rio. Eu queria muito viver o festival, mas minha prioridade era assistir aos shows do Bon Jovi e Guns N’ Roses. Esperava shows animadões, com todo mundo “quebrando tudo” junto com os artistas.
Luís Justo, CEO do Rock in Rio, deu uma entrevista com a seguinte afirmação: “Se eu pudesse dar apenas uma dica para o espectador seria: chegue cedo, aproveite tudo. Tem roda gigante, montanha russa, tirolesa, games, dança. Ir à Cidade do Rock e só assistir aos shows é como visitar a Disney e só acompanhar o desfile de encerramento”.
Ok, concordo totalmente, mas gente, não há corpo que aguente, principalmente se você for turista e tiver ido à praia mais cedo (ok, me julguem). Para ir aos brinquedos, era preciso reservar horário no início da tarde, para comer e beber era preciso enfrentar filas às vezes grandes, para conseguir ver o artista no palco era preciso se embrenhar na multidão horas antes do show. Eu fiquei tentada a fazer de tudo um pouco, mas no final das contas acabei vencida pelo cansaço e ficando mais parada em uma das laterais do palco, esperando os shows principais começarem.
Vale dizer que mais para o fim da noite, a gente percebia muita gente cansada, assistindo aos shows quietos como a gente, sem muita energia para agitar e cantar com os artistas.
🎸Acesso ao Rock In Rio
Sen-sa-cio-nal. Eu fiquei impressionada com a organização para se chegar na Cidade do Rock, localizada no Parque Olímpico. Ele é longe de tudo. Para se ter uma ideia, fica a cerca de 9 quilômetros do Barra Shopping e 28 quilômetros de Copacabana, onde ficamos hospedados. Foi muito tranquilo chegar lá, porém gastamos mais de uma hora.
As etapas foram as seguintes: de manhã compramos o Rio Card já carregado para pegar o metrô e o BRT. Pegamos o metrô da estação Cardeal Arcoverde até a estação Jardim Atlântico, na Barra. Lá fizemos a conexão com o BRT. Havia dezenas de ônibus saindo, um atrás do outro. Não ficamos nem cinco minutos para embarcar em nenhum dos dois dias. Do BRT até a estação mais próxima da Cidade do Rock foram 20 minutos. Da estação até entrada a gente ainda andou cerca de 800 metros. O trajeto de volta é o mesmo, só que ao contrário. Tanto o metrô quanto o BRT ficaram abertos 24h nos dias do festival.
Ficou muito claro que a maioria das pessoas realmente optou pelo transporte público. Quase não se via carro ao redor da Cidade do Rock. A campanha feita pela organização do evento e as instituições de turismo do Rio mostrando que a forma mais segura e confortável era o transporte público surtiu efeito. E eles arrasaram na logística. O único porém é o cansaço mesmo, principalmente após ficar horas e horas no festival.
🎸Shows
Eu fui ao Rock in Rio principalmente pelos shows do Bon Jovi e Guns, mas pude assistir outras bandas que também curto bastante, como Tears For Fears, Jota Quest e Titãs. Gostei de todos.
Os nacionais eu estava descansada e como estava mais vazio eu consegui chegar mais perto do palco e aproveitar bem. Bon Jovi foi muito bom, mas achei que faltaram algumas músicas, como Always e I’ll Be There For You. Guns é Guns, foi sensacional, mas eu estava um zumbi, morta-viva, sem aguentar nem ficar em pé direito. Eles tocaram durante mais de três horas, incluindo todas as músicas famosas e os solos sensacionais do Slash. Eu não alucinei em nenhum show, mas assisti a todos com uma emoção grande por estar ali. Vale dizer que, como só tenho um metro e meio, fica difícil ver o palco. Na maioria do tempo só assisti os shows pelo telão mesmo.
🎸Estrutura
Sem palavras para descrever a estrutura da Cidade do Rock, construída em uma área de mais de 300 mil metros quadrados. Os números são impressionantes e o nome de cidade lhe cabe muito bem, pois é um complexo de lazer que vai muito além de uma arena para shows. Se me permitem dizer, Medina e companhia, vocês são feras!
Segundo informações oficiais do Rock in Rio, ao todo, foram mais de 10 mil toneladas de equipamentos, 120 quilômetros de cabos, mais de mil banheiros ligados à rede pública, 2 mil latas de lixo, oito palcos, área gourmet, roda gigante, montanha russa e tirolesa, além de 80 mil metros quadrados de grama sintética e 1 milhão de watts de som.
Aí vem o desespero, dá vontade de conhecer cada canto, andar nos brinquedos, assistir os shows, experimentar as comidas, enxergar os artistas, etc, etc, mas pra mim não funcionou. Eu realmente achei muito cansativo e não me animei, mas tenho certeza que foi o esquema que armei para o show. Subestimei o meu corpo e acabei perdendo a oportunidade de ter uma experiência incrível.
🎸Só cerveja
Ok, cerveja é a preferência nacional em termos de bebida alcoólica, mas e quem não gosta e quer outra opção? Nesse caso você dança. Foi o que aconteceu comigo. Imaginei que haveria bebidas similares à ice ou vodka para tomar com energético, etc, mas não, só cerveja da marca Heineken. Esse foi um aspecto bem complicado pra mim, pois eu realmente queria beber algo com intuito de ficar mais animada e resistente para as quase 10 horas que fiquei a cada dia na Cidade do Rock.
Eu até acho que vendendo só cerveja as pessoas se controlam mais. Entendo também a exclusividade do patrocinador, mas realmente acho que uma parcela da minha falta de animação no Rock in Rio está ligada a isso.
🎸Eu e ele
Minha companhia nesse Rock In Rio foi meu companheiro de aventuras, aquele com quem eu mais gosto de viajar, o maridão, e só ele. Acho que isso também pesou. Rock in Rio não é programa de casal, definitivamente. Faltou uma turma maior para curtirmos mais. Vale dizer que o Marquinhos não é grande fã de rock nem de festivais como esse. Foi para me acompanhar.
🎸A pergunta que não quer calar: Eu iria de novo?
Provavelmente sim. Se eu recebesse um convite para ir ao Rock In Rio na semana que vem diria não, mas daqui a dois anos? Com certeza animaria ir, com uma turma maior, ficando hospedada na Barra, não indo à praia de dia, conseguindo beber alguma coisa sem ser cerveja e para assistir os mesmos shows que vi esse ano: Bon Jovi e Guns.
Vale dizer que enquanto termino esse texto o show do Bon Jovi é reprisado na TV. Aí vai batendo aquela saudade gostosa e a certeza que em 2019 essa relação estremecida entre eu e o Rock in Rio merece uma nova chance! ❤❤❤
Crédito fotos: Charles Naseh, WesleyAllen, LucasCellier, Martini, Mangabeira, Diego Padilha, cedidas pela comunicação do Rock In Rio.
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Respostas de 6
Muito bom!
Obrigada Bruno. Continuem com a gente! 😉
Muito bom!!!
Obrigada Vilminha, continue acompanhando o blog!
Nossa, seu depoimento no blog ajudou bastante para entender como é a experiência de um grande festival. Precisava disto, pois estou animada pra ir ao Lollapalooza 2018, por causa do show do The Killes. (Pelo menos estava, né? Rsrs). Na verdade ainda estou, mas agora com algumas ressalvas e entendendo que vou precisar me planejar melhor.
Que bom que ajudou Izabel. Acho que se organizar direitinho da pra curtir!!!