Recentemente, os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal foram reconhecidos pela UNESCO como Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade, celebrando a rica tradição e o saber-fazer único dessa iguaria mineira. Em busca de vivenciar essa experiência autêntica e conhecer mais sobre essa expressão cultural, embarquei em uma press trip para Uberlândia, uma das regiões produtoras mais inexploradas de Minas Gerais.
Neste pedaço encantador de Minas Gerais, onde o solo é notoriamente fértil e as águas são abundantes e de excelente qualidade, as características do Queijo Minas Artesanal se destacam. Sua casca fina e amarelada protege uma massa compacta que pode variar de semidura a macia, apresentando um sabor levemente ácido — um verdadeiro reflexo do cuidado e da paixão dos produtores da região. Municípios como Araguari, Cascalho Rico, Estrela do Sul, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Monte Carmelo, Nova Ponte, Romaria, Tupaciguara e, claro, Uberlândia, são célebres por suas iguarias que atraem tanto locais quanto visitantes.
Durante a viagem, tive a oportunidade de explorar a Rota do Queijo Artesanal do Triângulo Mineiro, que celebra essa tradição desde sua criação, há três anos. Visitamos fazendas onde o processo de produção é minuciosamente detalhado. A experiência incluiu uma degustação variada, que se revelou uma verdadeira experiência de sabores, acompanhada de narrativas inspiradoras de produtores e comerciantes que dedicam suas vidas a preservar essa arte.
Além das delícias gastronômicas, conhecemos a cachoeira Mandaguari, localizada a apenas uma hora de Uberlândia. Com suas águas cristalinas e uma paisagem exuberante, a cachoeira proporcionou um momento de conexão com a natureza, complementando a experiência rica em sabores e cultura.
Modos de fazer o Queijo Minas Artesanal: Preservação da Cultura em Minas Gerais
Os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal, reconhecidos como patrimônio da humanidade, são tema de um projeto que valoriza a cultura e a tradição em Minas Gerais. Intitulado “Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Brasileiro”, a iniciativa será realizada a partir de fevereiro de 2025 e abrangerá comunidades em 106 municípios distribuídos entre as dez microrregiões produtoras do queijo no estado. Esta ação pretende valorizar e preservar os saberes que tornaram o Queijo Minas Artesanal um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
O projeto é realizado Pelo Instituto Periférico, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e a Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo), contando ainda com o apoio do Ministério Público de Minas Gerais, por meio da Plataforma Semente, além de parceiros locais. O apoio técnico é assegurado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).
Os fóruns regionais, que serão realizados em dez microrregiões, permitirão que produtores, comerciantes e instituições se mobilizem para promover a troca de experiências, identificar desafios e fortalecer os laços entre os agentes da cadeia produtiva. Este projeto é fundamental para o fortalecimento da identidade cultural de Minas Gerais e para a sustentabilidade econômica das comunidades produtoras.
De acordo com a diretora-presidente do Instituto Periférico, Gabriela Santoro, “o projeto é um investimento no futuro, com potencial para gerar emprego e renda, valorizar a cultura local e impulsionar o desenvolvimento regional a longo prazo”.
Com esta celebração, Minas Gerais reafirma sua riqueza cultural e o valor do Queijo Minas Artesanal, promovendo não apenas as delícias gastronômicas, mas também o conhecimento e a tradição que sustentam essa iguaria tão querida.
